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Últimas Notícias | 08 de junho de 2021

Ano 14, Edição 035.


“O essencial é invisível aos olhos”. (Antoine de Saint-Exupéry)


Leia agora em nosso boletim:




Exame ocular mostra indícios do mal de Alzheimer

Embora se diga que os olhos são uma janela para a alma, crescem as evidências de que os olhos podem ser um meio para a compreensão das doenças do cérebro. Vários estudos já mostraram a possibilidade de usar exames oculares para indicar o risco de Alzheimer e fazer o diagnóstico do mal de Parkinson. Novos dados mostraram agora que varreduras da retina podem detectar mudanças importantes nos vasos sanguíneos que podem fornecer um sinal precoce do Alzheimer, ao mesmo tempo que oferecem informações importantes sobre como um dos genes de risco de Alzheimer mais comuns contribui para a doença. "O risco genético mais prevalente para a doença de Alzheimer é uma variante do gene APOE, conhecido como APOE4," detalha a Dra Fanny Elahi, da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos EUA. "Ainda não entendemos totalmente como essa variante aumenta o risco de degeneração cerebral, apenas sabemos que sim, e que esse risco é modificado por sexo, raça e estilo de vida. Nossa pesquisa fornece novos insights sobre como o APOE4 afeta os vasos sanguíneos e pode fornecer um caminho para a detecção precoce de doenças neurodegenerativas."


Exame ocular para detectar Alzheimer - Há muito tempo se suspeitava que esses minúsculos vasos sanguíneos, chamados capilares, podem desempenhar um papel significativo na doença de Alzheimer, uma vez que eles fornecem nutrientes e oxigênio, transportam resíduos e policiam as respostas do sistema imunológico por meio do escudo protetor conhecido como barreira sangue-cérebro. Danos a esses vasos sanguíneos podem causar uma série de problemas, incluindo o acúmulo de proteínas e o declínio cognitivo visto em indivíduos afetados pela doença de Alzheimer. Como não existe tecnologia para visualizar capilares individuais diretamente no cérebro de pessoas vivas, Elahi e seus colegas se voltaram para o olho. A equipe demonstrou que as alterações nos capilares associados ao gene APOE4 podem ser detectadas em humanos por meio de um exame ocular fácil e confortável. Sendo um tecido sensível à luz que compartilha sua biologia com o cérebro, a retina pode ajudar a determinar o que as variantes de APOE4 podem estar fazendo a capilares semelhantes dentro do cérebro, mesmo nas pessoas sem demência, defendem os pesquisadores.


Detecção precoce - "Esta é a primeira vez que demonstramos em humanos vivos e assintomáticos que os menores vasos sanguíneos são afetados nos portadores do gene APOE4," disse Elahi. Isso é importante, acrescentou ela, porque sugere que o risco aumentado de degeneração cerebral e doença de Alzheimer em portadores de APOE4 pode ser devido ao seu efeito nos vasos sanguíneos. A equipe da Dra Elahi agora planeja acompanhar os participantes do estudo por vários anos, para tentar entender melhor a disfunção dos vasos sanguíneos em nível molecular. Esse trabalho poderá ajudar a detectar o início da doença de Alzheimer antes que ocorram danos significativos ao cérebro e identificar novos alvos vasculares para um tratamento precoce. "Isto é apenas o começo. Mas as implicações para a detecção precoce e possível intervenção podem ser significativas no combate à doença de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas. É muito mais difícil regenerar neurônios do que impedir que sua degeneração aconteça. De modo semelhante ao que acontece no câncer, a detecção precoce pode salvar vidas," finalizou Elahi.


(Texto extraído do artigo científico entitulado “Retinal imaging demonstrates reduced capillary density in clinically unimpaired APOE4 gene carriers”, dos autores Fanny M. Elahi, Senyo B. Ashimatey, Daniel J. Bennett, Samantha M. Walters, Renaud La Joie, Xuejuan Jiang, Amy Wolf, Yann Cobigo, Adam M. Staffaroni, Howie J. Rosen, Bruce L. Miller, Gil D. Rabinovici, Joel H. Kramer, Ari J. Green, e Amir H. Kashani, publicado na revista Alzheimer's & Dementia: Diagnosis, Assessment & Disease Monitoring)


Estudo mostra potencial do Agro brasileiro

Um estudo elaborado pela Sire - Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da EMBRAPA e baseado nas exportações brasileiras entre 2000 e 2020, mostra como o país evoluiu no agronegócio mundial. A pesquisa mostrou que o Brasil é o quarto maior produtor de grãos - arroz, cevada, soja, milho e trigo - do mundo, atrás apenas da China, dos Estados Unidos e da Índia, sendo responsável por 7,8% da produção mundial. Em 2020, produziu 239 milhões e exportou 123 milhões de toneladas de grãos. Só na soja o país responde por 50% do mercado e em 2020 as exportações da oleaginosa somaram 30 bilhões de dólares e 346 bilhões de dólares nas duas últimas décadas. Embora seja o quarto maior produtor de grãos, o Brasil é o segundo maior exportador do mundo, com 19% do mercado internacional. Nos últimos 20 anos, a exportação atingiu mais de 1,1 bilhão de toneladas, o que representou 12,6% do total exportado mundialmente. As exportações brasileiras alcançaram 37 bilhões de dólares, só em 2020, e 419 bilhões de dólares, entre 2000 e 2020. Os autores do estudo são o físico e analista em Ciência de Dados Adalberto Aragão e o pesquisador Elísio Contini.


Milho – O Brasil alcançou no ano passado o posto de segundo maior exportador. Foram 38 milhões de toneladas, ou seja, 19,8% das exportações totais do produto, atrás apenas dos Estados Unidos. Apenas no ano passado, as exportações nacionais de milho somaram 6 bilhões de dólares.


Arroz – A produção de arroz continua sendo um desafio, pois desde 2000 o volume de produção permaneceu praticamente o mesmo, sem aumentos expressivos. China e Índia continuam sendo os maiores produtores mundiais do grão. O Brasil ocupa o nono lugar, mas sua produção é voltada para o mercado interno. Apenas 2% foi exportado em 2020.


Feijão - O Brasil é o quarto maior produtor de feijão no mundo, mas não está entre os maiores exportadores, pois a maior parte da produção é destinada ao consumo interno. China, Índia e Myanmar foram os maiores produtores de feijão no mundo, responsáveis por mais de 60% de toda a produção em 2020.


Algodão – O estudo demonstrou que apesar de o País ocupar a quinta posição em produção, ao se analisar o desempenho brasileiro dos últimos 20 anos, percebe-se um aumento de produção, assim como de exportação do produto. Em 2020, o país foi o quarto maior produtor de algodão e o segundo maior exportador, atrás apenas dos Estados Unidos.


Maior rebanho bovino do mundo - Em 2020, o rebanho bovino brasileiro foi o maior do mundo, representando 14,3% do rebanho mundial, com 217 milhões de cabeças, seguido pela Índia com 190 milhões de cabeças. Apesar de o país ser o maior produtor de bovinos do mundo, ao adicionarmos a produção de aves e de suínos, o país passa a ocupar a terceira posição mundial no mercado internacional de carnes, com uma produção que corresponde a 9,2%, em 2020, ou 29 milhões de toneladas, atrás da China e dos Estados Unidos. Mas em quantidade de carnes exportadas (bovina, suína e aves), em 2020, o Brasil passou a ocupar o segundo lugar, com 7,4 milhões de toneladas ou 13,4% do total mundial. Entre 2000 e 2020, as exportações de carnes brasileiras renderam 265 bilhões de dólares. Porém, ao se fazer o recorte sobre a carne bovina, o país, em 2020, foi o maior exportador mundial, com 2,2 milhões de toneladas e 14,4% do mercado internacional. Em seguida, aparecem Austrália, Estados Unidos e Índia.


Produção de frango - A carne de frango é considerada importante alimento para o consumo interno e para as exportações. O Brasil possui o quarto maior rebanho de galináceos do mundo, com 5,6% do total em 2020, ou 1,5 bilhão de cabeças. Destaque para os três maiores rebanhos: China (19,2%), Indonésia (14,7%) e Estados Unidos (7,5%). Os Estados Unidos, apesar de ter o terceiro maior rebanho de galináceos, quando se trata de produção da carne de frango, em 2020, lideraram com 16,7%, seguidos do Brasil com 11,8% ou 14 milhões de toneladas, e da China com 11,7% da produção mundial. Em 2020, o Brasil se tornou o maior exportador de carne de aves com 4,3 milhões de toneladas (20,9%) e em segundo lugar os Estados Unidos com 18,2% do volume total exportado. Em 2020, as exportações brasileiras de carne de aves renderam 6,6 bilhões de dólares. Em relação aos últimos 20 anos, Estados Unidos e Brasil perderam participação. Ganharam importância Holanda, Tailândia e Polônia.


Carne suína - Com relação aos suínos, o Brasil, em 2020, alcançou a terceira posição mundial na produção, com 41 milhões de cabeças, ou seja, 4,4% do total. O destaque é a China com 41,1% do rebanho mundial, seguida dos Estados Unidos (8,4%). Em relação às exportações de carne suína, em 2020, a Alemanha e os Estados Unidos lideraram com participações acima de 15% do total cada um. O Brasil foi o 7º lugar em 2020 e o 8º nas duas últimas décadas, com participação abaixo de 5%.


Terceiro produtor de frutas - Em 2020, o Brasil foi o terceiro maior produtor de frutas do mundo, com 58 milhões de toneladas em frutas produzidas, 5,4% do total mundial. Os maiores produtores foram a China com 28,1%, seguida da Índia com 11,5%, ambos com crescimentos na participação mundial. Entre os países que mais exportaram frutas estão Espanha, Equador, Estados Unidos, China, Costa Rica, Holanda, Itália, Bélgica, Filipinas e África do Sul. Apesar de o Chile não estar entre os maiores exportadores, figura entre os países que mais geraram recursos com a exportação de frutas, o que demonstra o elevado valor agregado do produto chileno. O Brasil exportou 3 bilhões de dólares de frutas em 2020 e 60 bilhões entre 2000 e 2020.


Maior produtor de açúcar e café - A participação brasileira na produção mundial tem-se elevado em relação aos últimos anos. Brasil foi de fato o maior produtor mundial de açúcar, com 1/3 da produção mundial, seguido da Índia com 17%. Na produção de café (em grãos), em 2020, o Brasil liderou com 30,3% do total, ou 3,1 milhões de toneladas. Manteve sua participação relativa dos últimos anos. Em segundo lugar esteve o Vietnã, com 16,9% e com crescimento em relação às duas últimas décadas. Colômbia aumentou levemente sua participação na produção. O Brasil foi responsável por mais de um quarto (25,5%) das exportações mundiais de café, comercializando 2 milhões de toneladas, seguido do Vietnã com 20,2% e da Colômbia com 10,7%. A mesma situação observa-se com o açúcar, o país foi, em 2020, o maior produtor mundial de açúcar, seguido da Índia com 17%. E também se consolidou como o maior exportador, com 22 milhões de toneladas no ano passado, o equivalente a 30% da exportação mundial. (Portal AGROLINK - Eliza Maliszewski)


Agronegócio puxa emprego em obras civis e comércio em cidades do interior

Os investimentos no agronegócio funcionam como alavanca na geração de emprego e renda em cidades do interior. Municípios nos quais a agricultura e a pecuária pesam na economia local o dobro da média nacional geraram em abril deste ano um volume de vagas formais duas vezes maior do que as demais cidades na comparação com o mesmo mês de 2020, mostra um estudo da assessoria econômica do Bradesco. As vagas formais abertas não foram necessariamente no setor agrícola, mas no comércio e na construção civil, principalmente. “O investimento no setor acaba multiplicando esses recursos e gerando mais renda e emprego no interior”, afirma o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato.


Geração de empregos na agropecuária chega ao maior nível desde 2011 - No município de Bebedouro, SP, por exemplo, há hoje cerca de mil pessoas trabalhando na construção da fábrica de pectina da Cargill. A obra começou em 2020, e a unidade, inicialmente orçada em 550 milhões de reais, entra em operação em meados do ano. Cerca de 50% da cifra faz parte do pacote de quase R$ 1 bilhão que a companhia investiu no país em 2020. Com mais da metade da produção voltada para exportação, a nova fábrica poderia ser instalada na Flórida, nos EUA ou no México. Mas a multinacional escolheu o Brasil por causa da disponibilidade de matéria-prima, além de oferta de mão de obra e condições de infraestrutura, conta Laerte Moraes, diretor. A pectina, espessante usado pela indústria de alimentos, é extraída da casca da laranja, e Bebedouro é um polo de citricultura. “Não tenho dúvida de que a cidade toda se reconfigura quando ocorre um investimento desse porte, com novas demandas para o comércio.”


Os investimentos da Coamo - A Coamo, de Campo Mourão, PR, maior cooperativa singular da América Latina, com receita de 20 bilhões de reais, no ano passado distribuiu 504 milhões de reais em resultados a 30 mil cooperados. Esse dinheiro irrigou as economias das 71 cidades espalhadas entre Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, onde a cooperativa atua, conta o presidente, Airton Galinari. Mas o grosso da injeção de recursos da cooperativa nas cidades do interior ocorre por meio de investimentos. Neste ano, a Coamo começa a construção de uma fábrica de ração em Campo Mourão, onde serão investidos 81 milhões de reais. Essa cifra faz parte de um pacote de 425 milhões de reais previstos para 2021, que serão aplicados também na modernização de duas indústrias de óleo no Paraná e duas novas unidades da cooperativa no Mato Grosso do Sul. Em 2020, foram aplicados 414 milhões de reais. Metade foi para a construção do terminal no Porto de Paranaguá, no Paraná.


Implementos agrícolas - A fabricante de implementos agrícolas Jacto que é a maior empregadora de Pompeia, SP, iniciou neste ano a construção de uma nova fábrica. Hoje são 50 pessoas trabalhando na obra, mas, no pico da construção, serão 700 trabalhadores, prevê Fernando Gonçalves Neto, diretor presidente. A fábrica será o dobro da atual e é o maior investimento da história da companhia, que faturou 1,3 bilhão de reais no ano passado e tem 73 anos. (Portal Canal Rural com informações do Estadão Conteúdo)


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